Crônica

Crônica: (Re)Engenharia do Rock: O POETA ESTÁ VIVO

(Re)Engenharia do Rock

Leonardo Daniel

O POETA ESTÁ VIVO

Barão Vermelho – Cazuza

Baby, compra o jornal

E vem ver o sol

Ele continua a brilhar

Apesar de tanta barbaridade

Baby, escuta o galo cantar

A aurora dos nossos tempos

Não é hora de chorar

Amanheceu o pensamento

O poeta está vivo

Com seus moinhos de vento

A impulsionar

A grande roda da história

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de vento

Se você não pode ser forte

Seja pelo menos humana

Quando o papa e seu rebanho chegar

Não tenha pena

Todo mundo é parecido

Quando sente dor

Mas nu e só ao meio dia

Só quem está pronto pro amor

O poeta não morreu

Foi ao inferno e voltou

Conheceu os jardins do Éden

E nos contou

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de vento

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de vento

O poeta não morreu

Foi ao inferno e voltou

Conheceu os jardins do Éden

E nos contou

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de vento

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de vento

Análise Pessoal:

Em “O Poeta está vivo” temos um hino de liberdade dedicado à juventude. Nesse hino somos discípulos do poeta, que não morreu, foi ao inferno e voltou. Então ele fala: “Baby, compra o jornal” para se informar de tantas barbaridades, e o convite para ver o sol, está feito. Ele volta a chamar… “Baby, escuta o galo cantar” na aurora de novos tempos é também a aurora dos novos pensamentos… ou de um grande outro pensamento – metanoia, e por isso não é hora de chorar. Afinal, amanheceu o pensamento. O poeta está vivo. E luta contra seus moinhos de vento, ou seja, a sociedade. Afim de impulsionar “a grande roda da história”. E somente quem tem coragem de ouvir, é que amanheceu o pensamento. E o que traz essa metanoia? Se não mudar o mundo com os mesmos moinhos de vento. Há agora um radicalismo que eu não percebo… Mas, sei do porquê disto…  (o eu lírico) pede socorro em meio a tanto sofrimento. E convicções, sobre tudo e sobre o que a paz e o amor.

Se você não pode ser forte

Seja pelo menos humana

Quando o papa e seu rebanho chegar

Não tenha pena

O sofrimento dele não é exclusivo, “Todo mundo é parecido Quando sente dor” e assim há um ato político: (Mas nu e só ao meio dia/ Só quem está pronto pro amor). a nudez aqui não é só a nudeza do corpo é também a nudeza da alma. Ato Público e Político. Mais uma vez o poeta está vivo. Foi ao inferno e voltou. E com isso pôde: conhecer os jardins do Éden e depois nos contou.

À guisa de conclusão:

Esta canção é um chamado. Podemos tentar concluir dizendo que essa canção tem uma metatextualidade, pois ao mesmo tempo que o novo pensamento vai amanhecer, e é por isso anunciado, não fica claro qual é esse novo pensamento, a não ser que a anunciação coletiva e pessoal (idiossincrática) já é o próprio pensamento, ou seja, quem é sensível o bastante vai ouvir esse chamado. Então, quem está pronto pro amor, vai conhecer o paraíso cuja estreita porta é feita pelos jardins do Éden.

www.poetaleodaniel.com

Leonardo Daniel

09/12/2023

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